Um estudo publicado ontem no “Jama” (jornal da Associação Médica Americana), um dos maiores a comparar a eficácia das duas técnicas cirúrgicas e a questionar a suposta superioridade das cirurgias robóticas. No Brasil, três hospitais de São Paulo (Albert Einstein, Sírio-Libanês e Oswaldo Cruz) realizam cirurgias de próstata com robôs.
Entre as opções cirúrgicas, é a mais cara. Uma prostatectomia robótica custa R$ 20 mil, em média. A mesma cirurgia, por via laparoscópica convencional, sai por R$ 16 mil e, por via aberta, R$ 12 mil de honorários hospitalares não incluindo honorários médicos. O estudo avaliou procedimentos feitos entre 2003 e 2007 pelo Medicare (serviço de saúde para idosos, provido pelo governo dos Estados Unidos). Foram 1.938 cirurgias abertas contra 6.899 procedimentos minimamente invasivos.No grupo que fez a cirurgia aberta, as taxas de incontinência urinária e de disfunção erétil foram de 12% e 19%, respectivamente. Já entre os que fizeram as cirurgias minimamente invasivas, os índices desses problemas foram de 16% e 27%.
Eles também tiveram o dobro de complicações geniturinárias (4,7% contra 2,1%). Os problemas podem ser causados tanto por falta de experiência do cirurgião -que pode lesionar vasos, nervos e músculos durante a cirurgia- quanto por características do paciente (idade avançada, anatomia e gravidade da doença, por exemplo). “O estudo serve de alerta para as pessoas. Elas precisam questionar o cirurgião sobre a eficácia das novas tecnologias. Nem tudo que reluz é ouro”.
Ryan Rhodes, diretor de marketing da Intuitive Surgical, fabricante dos robôs Da Vinci (os que estão em operação no Brasil), contesta os resultados da pesquisa norte-americana e diz que há mais de 800 estudos demonstrando a eficácia da cirurgia com robôs. Para ele, a desvantagem demonstrada no estudo pode ser em razão de não terem sido separadas as operações robóticas das laparoscópicas. Nos EUA, 80% das cirurgias minimamente invasivas de próstata são realizadas com os robôs. Outra variável que pode ter influenciado no resultado da pesquisa, é a curva de aprendizado do cirurgião. Por se tratar de uma técnica mais nova, há menos profissionais experientes -o que pode levar a um maior índice de erros.
DR.CHARLES ROSENBLATT
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