Hoje em dia vivemos numa sociedade em evolução. A prova disso são os produtos no setor de cosméticos voltados ao público masculino, clínicas estéticas especializadas, entre outros exemplos de modernidade dirigidos para uma classe que, a cada dia, se preocupa mais com o bem-estar e com a saúde.
E, quando se pensa em Saúde não é diferente, hoje em dia existem medicamentos para tratar diversos problemas masculinos, como a terapia de reposição hormonal trimestral, tratamentos para calvície, entre outros problemas que até há algum tempo, não contavam com tratamentos eficazes. Mas uma categoria está entre as mais avançadas nos cuidados com a saúde masculina, os medicamentos para a dificuldade de ereção (DE).
Mesmo assim, essa categoria esbarra em um lado que o homem moderno luta para quebrar, pois os tabus que existem na sociedade e a cultura machista, que diz que o homem não pode falhar na hora H, impedem que uma grande parte dos pacientes que sofrem com a DE procurem algum tipo de tratamento.
O homem precisa de estímulo para buscar tratamento. Ao contrário da mulher, que consulta um médico regularmente, o homem não percebe, ou finge que não percebe, a necessidade de buscar ajuda, principalmente para problemas relacionados às disfunções sexuais.
Daí entra uma das peças mais importante na vida do homem: a parceira. Uma pessoa que ajuda no relacionamento e em todos os campos da vida, também tem uma participação forte e ativa nos cuidados da saúde do homem. Hoje recebo muitos pacientes que procuram tratamento, estimulados pela companheira. Isso demonstra que, acima de tudo, a realização sexual do casal é muito importante para a qualidade de vida no relacionamento a dois.
Um estudo realizado identifica a mulher madura de hoje como uma mulher “vitalsexual”. Essa mulher tem idade superior a 40 anos, liga o sexo à qualidade de vida e busca diálogo com o parceiro. Essa é a pessoa que tem papel crucial na hora de incentivar o homem a procurar tratamento. Ela incentiva o parceiro a procurar ajuda, pois, para ela, a dificuldade de ereção é o que mais prejudica a satisfação sexual.
Esse estudo entrevistou cerca de 14 mil mulheres, em 14 países do mundo, incluindo o Brasil e constatou que mais da metade delas, que convivem com a dificuldade de ereção dentro do relacionamento, tem o desejo de melhorar a vida sexual. Além disso, 48% das mulheres entrevistadas se encaixam no perfil “vitalsexual”.
Considerando os dados do estudo para o âmbito nacional, percebemos uma pequena mudança nos números. Aqui 54% das entrevistadas se enquadram no perfil da nova mulher moderna, o que constata o dito popular que fala da paixão latina como viva e fervorosa. 45% das brasileiras se sentem prejudicadas quando o parceiro sofre com a DE freqüentemente. Este é o maior índice se compararmos com os demais países da América Latina, que apresentam média de 37%.
Na América Latina as mulheres dão mais importância à intimidade sexual e cumplicidade do que mulheres de outras partes do mundo; de maneira interessante, outras pesquisas confirmam que homens latino-americanos são mais interessados em tratamentos para disfunção erétil do que homens de outras partes do mundo.
Consigo constatar esses dados em meu consultório, pois recebo diversos pacientes que resolveram procurar ajuda, encorajados pelas parceiras e no decorrer do tratamento vão relatando como o relacionamento com a parceira melhora, não só na questão sexual, mas o relacionamento afetivo como um todo, além do convívio social e profissional, pois o homem recupera a auto-estima e a força de vontade de viver, assim como a parceira.
Tratar dessas disfunções é essencial, já que o sexo é item primordial para o bem-estar de qualquer casal. Existem várias formas de se tratar DE, porém a mais usada é feita por meio de medicação ingerida via oral, na qual o medicamento mais utilizado e do mercado são: o Viagra, Cialis, Helleva e Levitra nas várias posologias existentes. Dessa forma, o sexo não perde a espontaneidade que deve ter, pois não tem que ser feito com “hora marcada”.
Neste ano, uma pesquisa constatou a importância do tratamento da dificuldade de ereção para o casal. Um estudo avaliou a percepção do casal em alguns critérios, após o início do tratamento. A molécula utilizada neste estudo foi a Vardenafila, encontrada no Levitra® e placebo, medicamento sem efeito terapêutico.
Um dos itens avaliados foi a percepção quanto ao prazer da atividade sexual, os homens sentiram um aumento de 41.2* para 64.6* pontos, frente a 41.6* para o grupo que consumiu placebo. Já para as parceiras, este número subiu de 42.7* para 62.0*, frente a 38.3* do grupo de placebo. Números que demonstram que, quando o homem trata da DE, a mulher sente os benefícios na mesma proporção.
Posso afirmar que o homem de hoje é privilegiado por ter medicamentos que combatem a dificuldade de ereção e proporcionam ao casal o prolongamento da vida sexual, assim contribuindo para a manutenção da qualidade de convívio dos parceiros.
Perfil Dr. Charles Rosenblatt: Médico urologista com mestrado e doutorado em Urologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e médico do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein.
* Os pontos foram avaliados com base no TSS (Treatment Satisfaction Scale), questionário internacional que mede o grau de satisfação do paciente ao tratamento submetido, respondido por 100% dos participantes (homens e mulheres).